Pirinexus, em bicicleta pelos Pirinéus
Girona – Caldes de Malavella
(21/08 – 25/08/2021) 325 km
Pirinexus é uma Via Verde que atravessa a província de Girona, em Catalunha, e de Vallespir, em França. É um percurso circular com bastante informação, pelo que não vamos descrever muitos detalhes sobre a rota, pendentes ou quilometragem, porque estão bem explicados na sua página oficial.
Nós começámos a pedalar em Girona e acabámos em Caldas de Malavella, a poucos quilómetros de Girona, onde tínhamos o comboio para regressar. Fizemos o percurso entre os dias 21 e 25 de agosto de 2021, em pleno verão. Como fazia bastante calor pedalámos, principalmente, pela manhã. Além disso, normalmente às tardes começavam-se a formar as típicas tempestades de verão que acabavam em chuva e com a uma temperatura mais fresca, o que se agradecia. Nós apanhámos dois dias de chuva e uma densa neblina em Coll d’Ares.
De Girona a Olot fomos pela Ruta del Carrilet I, uma via verde que aproveita a rota do antigo comboio que ia de Olot a Girona. É um percurso muito agradável com um declive suave do qual destacamos os quilómetros iniciais ao lado do rio Ter (percurso que partilha com a Ruta del Ter), e os túneis por onde circulava o comboio. Esse dia dormimos em Les Preses, perto de Olot, na região de Garrotxa, onde uma forte tempestade nos apanhou, por sorte já estávamos no camping.
No segundo dia fizemos a subida mais dura, o passo da Santigosa, a pouco mais de 1.000 metros de altura, mas com declives acentuados e pouca sombra até ao cimo, onde já havia um bosque de faias e uma fonte onde nos refrescámos. Do cimo da passagem descemos para Sant Joan de les Abadesses e fizemos mais um trecho por estrada. Passamos por Sant Pau de Seguries e ficámos a dormir num camping a poucos quilômetros de Camprodón.
Em Camprodón o dia começou nublado com algumas gotas, ideal para subir ao Coll d’Ares. Chegando ao centro da cidade, seguimos novamente pela Ruta del Ter e depois fomos pela estrada C-38 em direção a Molló. À medida que subíamos, o nevoeiro tornava-se cada vez mais denso, até praticamente não se chegar a ver nada no passo fronteiriço de Coll d’Ares, a 1513 metros de altura. Uma vez em França, começámos uma eterna descida pela estrada francesa D-115 que pensávamos que iria acabar em Prats de Molló, localidade onde chegaram milhares de refugiados espanhóis em 1939. Para nossa surpresa e alegria, a descida durou bastantes mais quilómetros na região francesa de Vallespir seguindo a rota do rio Tec. O trânsito tornou-se cada vez mais denso, mas ao ser de descida percorremos muitos quilómetros e chegámos com as últimas luzes até â cidade de Le Bouleau, já na região de Rosselló.
No dia seguinte deixámos a D-115 para ir em direção a Morellà i les Illes por uma estrada secundária. A partir daí começámos o que seria a subida do dia pela Serra da Albera, que termina no passo de Panissars, que conecta Rosselló, em França, com o Alt Empordà, na Catalunha. A subida passa por uma zona de sobreiras e tem alguns troços muito duros que nos obrigaram a pôr os pés no chão. Já no Alt Empordà descemos até La Jonquera e pedalámos pela Serra de l’Albera, com o atrativo de passar por muitos sítios megalíticos. Nas regiões do Alta e Baix Empordà o percurso é maioritaramente plano, entre campos de cultivo, apesar de que há algumas zonas em muito mau estado e com muitas pedras, pelo que percorremos várias estradas secundárias com muito pouco trânsito. Chegámos a L’Escala e dormimos num camping perto das ruínas de Empúries.
No último dia passámos pelas regiões do Baix Empordà e Gironès. Primeiro pedalámos novamente pela Ruta del Ter no seu trajecto final, embora não tenhamos chegado à foz porque desde Torroella de Montgrí seguimos a Pirinexus em direção a Palamós, onde chegamos pela Ruta del Tren Petit. Já na Costa Brava havia muito trânsito por ser época balneária, mas finalmente em Santa Cristina d’Aro a Pirinexus deixa a estrada e junta-se com a Ruta del Carrilet II, que conecta Sant Feliu de Guíxols com Girona. Finalmente, ao chegar a Llagostera, deixamos a Pirinexus para ir para Caldes de Malavella, região de La Selva, pela Ruta Termal. Em Caldes apanhámos o comboio de regresso, mas se te apetecer podes aproveitar para te dar uma recompensa nas suas águas termais/spa.
