Sáenz Peña
Visitámos vários lugares de interesse na segunda maior cidade do Chaco

Após vários dias de relax voltámos à bicicleta numa pedalada curta que não chegou aos 50 km. Aproveitámos por passar em Napalpi mas um senhor disse-nos que não havia nada ali e que, na verdade, o massacre tinha ocorrido num lugar distinto ao indicado pelo sinal.
A chegada a Saénz Peña foi seguindo a nacional 16, uma estrada complicada devido ao fluxo de camiões e falta de berma. Ao entrar na cidade vimos a indicação do zoológico que nos tinham falado e nos debatemos sobre se ir ou não. Na cidade esperava-nos Sabrina mas dar com a sua casa foi algo complicado, não porque o urbanismo é caótico mas porque nós não conhecíamos as ruas à base de números e tínhamos que chegar “à 20 entre a 29 e a 31”, mas perguntando às pessoas conseguimos. Também tentámos reparar uma das nossas bicis que tem a manete das mudanças partida mas não tinham a peça. Parece que até Salta vamos ter que ir com o prato fixo no segundo.

Logo ao entrar na cidade vimos que haviam várias coisas de interesse como a estação de comboio ou o museu histórico da cidade, bastante marcado pelas vagas de imigrantes que foram chegando ao longo do século XX. O museu tinha uma coleção dedicada aos fósseis da macrofauna encontrados na região assim como peças de cultura material, material etnográfico e fauna local dissecada ou conservada parcialmente.

Acabámos por ficar dois dias em Saénz Peña e no dia seguinte fomos visitar o zoológico. Apesar de termos visto animais muito difíceis de observar em liberdade como o jaguaretê ou o aguará guazú (que sai na foto em destaque), ficámos bastante triste com o aspecto e comportamento de outros animais. Sobretudo os que não estavam no seu entorno ou os que estavam em jaulas pouco adequadas, como o saimiri sciureus que além de não ter espaço, a sua jaula não tem nada mais que três troncos ou o urso americano que também estava em condições deploráveis numa jaula vazia e pequena, apresentava um aspeto muito deprimido. Fizemos um vídeo com a conduta anormal dos felinos e do urso americano. Estes animais repetiam o mesmo movimento todo o tempo por não poderem desenvolver a sua conduta normal. Este comportamento anómalo denomina-se estereotipia.




Estivemos muito bem com Sabrina, a sua filha Paloma e a gata nina. Tivemos conversas muito amplas e Sabrina falou-nos muito sobre os Qom, a sua cultura e os seus costumes. Está agora mesmo a aprender a sua língua. Ofereceu-nos um mocho em barro feito e pintado por eles, muito bonito. E também kombucha, uma bebida fermentada a partir de fungos e bactérias, que ajuda no bem estar geral do organismo e, entre outras, regula o trânsito intestinal.