Paraty

Abananados pelo sol

Saimos sobre as 7h da manhã rumbo a paraty, seguindo a BR-101. Os primeiros quilómetros  são de subidas e descidas mas foram bastante aceitáveis porque o sol ainda estava baixo e a paisagem pela Serra do Mar é espetacular.

A serra pertence ao Parque Natural da Bocaína e encontra-se água em todas as partes. De facto, esta chega até dois reactores nucleares (Angra I e Angra II) que se encontram ao lado de uma praia belíssima (praia de Itaorna). Existindo ainda o projecto Angra III para os próximos anos. Tal como outras centrais, esta utiliza a água do mar para enfriar as piscinas onde estão os reactores e está precisamente situada em frente da praia.

Quando passamos lembramo-nos de Fukushima. Ao falar com a família Alcantara e Passos de Mangaratiba, comentaram-nos que a energia no Brasil funcionava muito mal. De facto, só ao estar com eles uma tarde a luz foi abaixo duas vezes.
Deixámos para trás o município de Angra e entrámos no de Paraty. Este divide o estado de Rio de Janeiro com o de São Paulo. O sol já começava a aquecer com agressividade e tivemos de encher os bidões várias vezes e fazer dois paragens para recuperar as forças.

Paraty é uma cidade turística, apesar de não ser em excesso, e muito bonita. De novo os bombeiros aceitaram-nos mas pediram-nos que fôssemos mais tarde, assim aproveitámos para ir dar um mergulho no mar, que nos soube pela vida depois dos 70km que fizémos. Por sorte conseguimos levar as bicicletas para junto de nós, ficaram á sombra junto a uma árvore quase dentro do oceano.

Chegámos pontuais, antes das 18h e deixaram-nos acampar na parte de trás do quartel, debaixo de um céu estrelado. E como sempre, deram-nos de jantar também. Maior das nossas surpresas, trazíamos um pequeno carangueijo pequeno dentro da nossa tenda que veio do parque campismo de Ilha Grande. Coitado, ficou cozido pelo caminho!

Um pequeno aparte: Foi também o Corpo de Bombeiros de Paraty teve que resgatar os corpos do avião onde viajava o juiz Teori Zavascki. Zavascki era chave na investigação de corrupcão conhecida como Lava Jato. Foi Zavascki quem autorizou a abertura da investigação contra 47 políticos suspeitos de terem participado no caso de corrupção em Petrobras.

25 Janeiro, 2017