De novo na Argentina
Atravessámos a fronteira por Puerto Falcón para chegar a Clorinda, província de Formosa, onde nos receberam Miguel e Maria José
Aos 8 dias deixámos o trabalho na horta e fomos em direção a Argentina pela fronteira de Puerto Falcón. Vários foram os ciclistas que nos aconselharam este caminho porque Asunción é bastante caótica, principalmente em carro. Este caminho contorna Asunción e passa por trás do aeroporto da cidade de Luque, uma das muitas cidades que compõem a Grande Asunción. Quase todas as cidades periféricas que rodeiam a capital estão-se a converter em cidades dormitório onde quem trabalha em Asunción não vive porque prefere zonas mais tranquilas para descansar. Como todas as cidades grandes e capitais, além do transito intenso há uma maior probabilidade de roubos por meio dos “motochorros”, ladrões armados em motocicleta.
Apesar de Paraguai ser um país onde as armas são permitidas e não há um controlo real sobre quem tem o não, pareceu-nos um país muito tranquilo para pedalar e até para viver. Despedimo-nos dele entrando poucos km no Chaco paraguaio, uma zona de grandes extensões de campos, sem praticamente nada. Onde os caminhos quando chove muito deixam de existir. Ainda assim, alguns valentes atrevem-se a cruzá-lo em bicicleta, através da estrada transchaco, indo em direção à Bolívia.
Nós não somos tão valentes e atravessámos a Ponte da Concórdia que passa sobre o rio Paraguai, o segundo principal rio do país, depois do rio Paraná. O nosso percurso foi de uns 60 km nos quais atravessámos a fronteira entre Paraguai e Argentina sem qualquer tipo de problema. Para entrar na Argentina estiveram a ponto de ver-nos todas as mochilas e o que levávamos, mas ao dizer que íamos para casa de Migue e Maria José em Clorinda deixaram-nos passar. Eles são dois aventureiros e desportistas que cruzam muitas vezes a fronteira, quer seja por trabalho ou competições desportistas.
Jantámos com eles na sua pizzaria que têm ao lado de casa e da qual são donos há 20 anos. As pizzas são deliciosas! Deram-nos vários conselhos para continuarmos o nosso caminho pelo norte de Argentina até ao oeste e falaram-nos também da aplicação Maps Me que permite ter os mapas off-line com todas as informações e melhor que o Google Maps.
Inicialmente íamos ficar dois dias com eles para prepararmos o nosso percurso, pois agora as distâncias são muito maiores e não há sítios entre meio para parar a comprar água ou comida. Por razões menos boas tivemos de ficar um dia mais porque ficámos um pouco mal do estômago. O qual aproveitámos para partilhar bons momentos e conversas.
Há males que vêm por bem e graças a ficarmos um dia mais pudemos visitar a Laguna Blanca. Um sítio lindo que tivemos a sorte de conhecer. E de onde trazemos uma história para contar, pois ao tentarmos fazer uma fotografia a câmara caiu-nos à água. Um grande susto que Miguel resolveu! Atirou-se à água onde há jacarés e palometas (piranhas) e resgatou a câmara de fotos, que por sorte é sub-aquática.
Beijinhos que tal esta a correr pelo norte da Argentina?.
Muito bem! É muito tranquilo para ir em bicicleta e tudo plano. Estamos a gostar muito. Muita diversidade de pássaros também.
Esta semana é que foi pior a nível de chuvas e tivemos de parar um pouco. Chove muito aqui e há muitas inundações.
Uma beijoca enorme