Ciudad del Este
Cruzando a fronteira de Paraguai com William
Como dizíamos na anterior entrada, Foz do Iguaçu faz fronteira com o Paraguai e com a Argentina. Muitos brasileiros vêm até aqui para fazer compras na Ciudad del Este, no Paraguai. Um deles é William com quem tínhamos estado em Cantagalo e que nos acompanhou até este mar de pessoas e produtos que é a Ciudad del Este. Sem ele teria sido bastante complicado para nós deslocarmo-nos pela cidade porque nem sabíamos por qual das milhares de lojas e shoppings começar. William chama à Ciudad del Este a Miami dos pobres, porque além de se conseguirem encontrar produtos de excelente qualidade, aqui abundam as falsificações bastante visíveis.
Brasil e Paraguai estão unidos pela Ponte da Amizade. Tem apenas uma faixa de entrada ao Paraguai e duas de entrada ao Brasil. O trânsito para entrar no Paraguai pode-se considerar fluído mas a entrada para o lado brasileiro está sempre congestionada e, ainda assim, passam camiões. Na aduana de Paraguai não pedem nada para entrar no país. Nós entrámos a pé fazendo fotos aos militares da fronteira sem nos pedirem qualquer documentação. No entanto, do lado brasileiro é mais comum que se parem veículos, apesar de nós voltarmos a entrar no Brasil de taxi e não nos pararam.
Os brasileiros têm um limite máximo de 300 dólares para gastar no Paraguai. E não podem trazer muitos produtos repetidos, correm o risco que a polícia na aduana lhes confisque o material ou os multe por ser considerado contrabando. Mas como sempre, existem várias forma de contornar as leis e são utilizadas várias estratégias para conseguir passar os materiais do Paraguai ao Brasil. Uma interessante é a de contratar outras pessoas, chamadas “laranjas”, para que passem a fronteira contigo, pois o limite de 300$ é por pessoa, assim o valor total em compras é repartido. Trazendo 900$ bastará contratar dois laranjas e todos os produtos são passados legalmente ao Brasil. Outra estratégia é cruzar o rio Paraná em balsa até Argentina e a partir daí ir por caminhos secretos para entrar no Brasil.
O contrabando (ilegal) e o comércio (legal) são duas caras da mesma moeda, tão antigo um como o outro. De facto, o comércio de hoje em dia é a capa legal, fruto de acordos internacionais e de pactos entre estados sob a pressão das grandes empresas, onde o TTIP é a sua última expressão. Em ambos os casos os trabalhadores e o meio ambiente saem sempre prejudicados, ainda que o contrabando tenha histórias mais engenhosas, de personagens que procuram ganhar a vida à margem da lei. Outra coisa bem diferente são os traficantes de drogas e pessoas, os verdadeiros delinquentes.
O certo é que na Ciudad del Este se encontra de tudo e alguns preços são totalmente absurdos. Nós fizemos algumas compras e que na verdade nos deram muito jeito: um camping gás, duas câmaras de ar, um bidão, duas correntes novas para as bicicletas e um tripé. O tripé custou 0.40 centavos de dólar. É possível pagar com reais ou com dólares. Imagino que também com guaranis mas é uma moeda muito desvalorizada. O que não muda, é que igual que na Europa, a maioria das coisas vem da China e Taiwan.
Pelos vistos foi interessante a Ciudad del Este .e nada melhor que ir acompanhados por uma pessoa que ja conhecia os pormenores p vos ajudar. Tens razao ao dizer que ainda ha gente muito boa e prestavel. Estou muito feliz . Que a vossa viagem corra sempre pelo melhor. Beijao enorme e um abraço p os vossos amigos.
Sim, tivemos sorte em ir acompanhados!
Um beijinho nosso 🙂