Ao ritmo da ventoinha

A 37º o nosso melhor amigo é a ventoinha

Partimos para o Rio de Janeiro desde Lisboa com alguns micro- receios e anseios. Os primeiros dois em relação a questões técnicas de embarque, como o peso e as dimensões das malas (uma vez que as nossas malas iam a rebentar pelas costuras) e o facto de apenas levarmos um bilhete de avião de ida. Na verdade correu tudo bem, apenas nos fizeram mudar o peso de uma mala, que levava peso em excesso, para outra e em relação aos bilhetes de ida não nos disseram nem pediram nada, quer em Lisboa quer no Rio de Janeiro.

Assim que as nossas primeiras preocupações  foram ultrapassadas e da melhor forma!

O nosso voo parecia interminável e pouco ou nada conseguimos dormir, apesar da comida ser boa e também uma novidade à qual os Ryaneiros não estão habituados.

Ao chegar, por fim, ao aeroporto e com pinta de estrangeiros, muita gente nos tentou vender reais e levar-nos ao centro em táxi ou uber. Um pouco caos! Em relação às taxas de câmbio é preciso encontrar o melhor preço. O aeroporto não é, sem dúvida, o melhor sítio para fazê-lo. Ainda assim tivemos de comprar alguns reais para apanhar o “ônibus”. À saída conseguimos comprar reais a uma pessoa que nos disse que trabalhava numa companhia aérea (??). Não sabemos, mas a verdade é que o câmbio foi muito melhor que dentro do aeroporto.

Apanhamos o autocarro 2018 que nos levou pelo litoral da cidade e demorou umas 2h (como se a viagem de avião tivesse sido curta até aqui) até ao hostel onde ficámos. Como espertos que somos deixamos a máquina de fotos dentro de uma das malas que ia na bagageira do autocarro!!! Assim que de fotos dessa zona nada…

Na cidade, chamou-nos à atenção, sobretudo, as montanhas enormes e verdes que pintam o entorno da cidade. A biodiverisdade no meio de Rio é única. Existem imensas lagoas e parques naturais, assim como as míticas praias.  Até no aeroporto salta à vista o verde e zonas de bosque tropical. Por outro lado, são evidentes as desigualdades sociais , provavelmente como em outras cidades grandes do mundo. Sobretudo, desde a zona norte do Rio, uma zona de favelas, até à zona do centro onde aparentemente o cenário parece mudar. Seguimos no autocarro por Copacabana, Botafogo, Ipanema até à zona do nosso hostel em São Conrado.

Relativamente ao calor dos infernos esperado em Rio não nos decepcionámos. Hoje vimos o termómetro e marcava os 36º às 19h, enquanto por terras ibéricas parece que os termómetros marcam os 0º. Com este clima a ventoinha foi a nossa melhor amiga e não parou de girar todo o tempo.
O nosso hostel está na zona de São Conrado, entre Ipanema e a Barra de Tijuca. Conseguimos chegar até aqui com o ônibus 2018 e a ajuda de um brasileiro muito simpático que nos conseguiu ver a direção exacta no seu telemóvel e fez parar o autocarro no meio de uma estrada cheia de trânsito precisamente ao lado do nosso hostel, a Casa São Conrado, um sítio acolhedor e super agradável gerido por Stan, um francês muito amável que está há 20 anos a viver no Brasil.

As circusntância fizeram com que ficássemos mais uma noite que o esperado neste hostel,  e na segunda noite tivemos a sorte de conhecer  o Pedro, um guia turístico portugês que nos contou um pouco da história do Rio e nos deu conselhos e recomendações. Também nos deu comida para jantarmos, umas bolachas e coco e um mapa do Rio de Janeiro! O que realmente foi genial depois de um dia longo de compras e muito calor.

Sem começarmos o nosso percurso de bicicleta já pedalámos 35 km por uma cidade imensa onde as horas passam a voar. O que quer dizer que já comprámos as nossas bicicletas. Ao que parece estão muito bem e são cómodas.

 Depois de dois dias de calor, suor e compras, amanhã começamos o nosso precurso. Como conselho para os cicloviajeiros que quiserem começar um percurso no Rio de Janeiro, sobretudo para aqueles com um orçamento baixo, há materiais como camaras de ar que são muito mais caros aqui que na Europa (cinco vezes mais). As bicicletas têm preços parecidos mas componentes como porta-alforges, alforges, bidões ou campainhas de bicicleta são mais caros.

De momento por aqui ficamos e amanhã contaremos como vai ser por todas as nossas coisas na bicicleta e começar uma viagem com uns 25 kg y 37º.

 

18 Janeiro, 2017